quinta-feira, 2 de setembro de 2010







Acho engraçado como as pessoas acham meus gostos engraçados, e não o acho nem porque o gosto é meu e, partindo deste princípio, ninguém pode meter seu bedelho.. Mas simplesmente porque não acreditam que não acredito em esteriótipos.
Me disseram uma vez "não se rotule.. viva".
Vestir rótulos é muito fácil. Vestir os outros com rótulos, muito mais.
Acho lindo quem veste a primeira roupa do armário, mas também acho lindo quem tem a coragem de se expôr com maquiagens, saltos e roupas bem medidas.
Acho lindo quem ri de si mesmo por dar topada na rua e não se importa que outros riam também, mas também acho lindo quem estende a mão e ajuda o tropeçante a se levantar.
Acho lindo gordinhos, porque todos eles conseguem ser lindos! Na maioria das vezes são simpáticos e todos os que conheço são admiravelmente inteligentes. Mas também gosto de magrelos. E até invejo o poder que têm de ficar bem em qualquer roupa. :O
Acho lindo o socialismo, os direitos iguais, o respeito. Mas também acho lindo o lado bom do capitalismo. Acho feia a má utilização dele.
Acho semblantes com sorrisos a coisa mais linda. Porque sorrisos geram mais sorrisos. Um sem dente te faz rir. Uma gargalhada de pato te contagia. Um risinho envergonhado te faz achar graça de todo o momento e começar a rir mais, até que o dono do risinho envergonhado perca a vergonha e tranforme o 'inho' em um 'ão' empolgado e extrovertido.
Acho lindo salto alto e acho lindo rasteirinhas.
Addidas ou Conga.
Havainas ou Kenner.
Citycol ou Folic.
Liso ou cacheado.
Loiro, moreno ou ruivo.
38 ou 46.
Preto ou rosa.
Acho lindo quem é sem ter medo de ser. Sem querer ser o que não é.
Acho lindo quem é feliz só por ser. Só por estar vivo e por ter acordado.
Quem está triste mas fica feliz com uma música de comercial de TV, ou com um cãosinho, ou com a piada de ontem.
Acho lindo quem não julga. Quem não tem escudos. Quem anda desarmado.
Acho lindo conhecer alguém, ser gentil, contar inutilidades e se tornar amigo. Acho lindo achar o novo amigo lindo, só porque ele me aceitou em sua vida.
Amo achar lindo. Quem acha feio, que se dane.

domingo, 8 de agosto de 2010







Acho que às vezes sou radical demais. Mas não é por mal. Eu só queria que as pessoas fossem um pouco menos fingidas e, por consequência, um pouco mais sinceras.
Não gosto que me abracem sem que eu peça e digam 'eu entendo o que você está passando', primeiro porque elas não entendem!
Cada um sente uma dor de forma diferente. A dor da perda de alguém que se ama, a dor de um amor, a dor de um tombo até. Cada um suporta de uma forma diferente o que atinge seu coração. Você nunca vai sentir falta de alguém do mesmo jeito que outra pessoa sente, porque você não passou pelos mesmos momentos que ela, não sentiu as mesmas aflições e não deu as mesmas risadas. Não soube dos mesmos segredos e não brigou pelos mesmos motivos. Você nunca vai chorar com a mesma emoção que outra pessoa. Talvez você ame mais, ou odeie mais, queira mais ou despreze mais. Então não faz sentido dizer 'eu entendo o que você está sentindo'.
Segundo que se eu quisesse um abraço eu pediria. Ou simplesmente olharia e esse alguém, alvo do meu olhar, saberia o que eu quero. Se você me abraça porque acha que eu preciso, peço-lhe um favor: não me abrace.
Abraço pra mim é símbolo da união mais perfeita entre duas mentes. Não são só dois corpos juntos enquanto um dá tapinhas nas costas e outro recebe, meneando a cabeça.
Abraço pra mim é a forma mais simples de se dizer 'estou contigo. pode chorar. pode rir. pode ser você mesma do jeito que for, porque eu sei que todo mundo precisa disso uma hora, e essa é a sua' sem dizer nada. Porque mais que o abraço, eu amo o silêncio. Amo a comunicação por olhares e sorrisos, sem que as palavras interfiram. Porque palavras são lindas quando bem colocadas e trabalhadas, mas muitas vezes, por uma simples entonação, estragam um momento mínimo que faria qualquer diferença.
E o que me deixa mais infeliz em momentos assim, é saber que cada vez mais, pessoas que gostam de braços sentidos estão sumindo. Não sei de quem é a culpa, ou sequer se alguém é culpado, mas não existem mais pessoas que tenham um abraço verdadeiro. O ombro com o melhor caimento pra se apoiar o rosto e ficar ali por segundos que te fazem sentir o universo parar.
Não gosto de braços secos, abraços debochados, sem sentimento. Não gosto de nenhum toque insensível. Gosto de sentir a essência de cada gesto, mas me sinto uma anormal no meio de tantas pessoas sem sentido, que fazem coisas simplesmente por fazer e não pensam nem no que realmente vai importar daqui a alguns anos.
Não gosto que me perguntem 'tudo bem?' sem que realmente queiram ouvir minha resposta. Você não precisa ser a pessoa mais aventureira do mundo pra ter uma vida interessante. Basta gostar de olhar a capa de um livro e querer entender o porquê de cada gravura. São prazeres mínimos que se pode ter na hora do almoço, nos 15 minutos do lanche, na ida até a esquina pra encher o cartucho. Mas todos andam tão apressados que já se esqueceram que podem ser felizes com coisas mínimas.
E eu sou a deprimente.
Gosto de rir, rir daquele abraço jogado, só pra implicar, do amigo que você não via há semanas. Gosto de rir quando tropeço, de mim mesma ou dos outros. Ninguém é de ferro. Também gosto de implicar, mas parece que eu sou a única que ainda sabe rir de coisas idiotas sem se preocupar se outros vão te olhar torto e pensar 'que infantil'.. Sinceramente estou pouco me lixando para o que os outros pensam sobre o crescimento da minha maturidade. Se a sua alma é pequena, não queira interromper o crescimento da minha.

segunda-feira, 3 de maio de 2010








.. em que eu não tive a sorte de nascer. Aquele por volta de 1850. Exatamente na época em que se passa "Orgulho e Preconceito". Sem os zumbis.. Sim. Sem os zumbis.
Quer dizer.. Sei que havia problemas e que muitos hão de discordar. Mas é só meu ponto de vista. Não me incomodaria de viver sem internet. Telefone. TV. Como ouvi outro dia, o tédio é culpa do vasto leque de opções nós temos. Quando só há uma coisa a se fazer, não há tédio.
Quer dizer.. Hoje eu tenho blogs, tenho celular, TV. Uma coleção pequena, mas bem útil, de DVDs que encontrei em promoção. Bastantes livros, antigos e novos, grandes e pequenos, contemporâneos e não tão contemporâneos assim, mas mesmo com tudo isso, meus domingos são os dias mais depreciativos de se ter. Okay. Toda aquela coisa de domingo não ter nada na TV, e olha eu fugindo do foco..
Enfim.. Queria ter nascido naquela época. Exatamente na que os Bennets nasceram. Morar onde eles moraram e ter a casa que eles tinham. Mesmo com suas bagunças e dificuldades..
Naquela época as pessoas, mesmo as menos estudadas, falavam com um mínimo de respeito e intelectualidade. Os casamentos, mesmo que não completamente felizes, duravam para sempre, e todos, ainda que não se perceba, tinham uma pureza que hoje já é difícil de se encontrar em crianças de 9 anos.
Eu poderia andar a cavalo sem precisar frequentar aulas de equitação, e usaria vestidos com anáguas e tudo mais, sem precisar ter uma festa para tal. Festas.. Eram todas tão bem feitas. Todos riam e era muito mais fácil de se fazer amigos. As pessoas não achavam que ser apático era legal, e sorrisos ainda abriam portas, ao contrário de hoje, que um sorriso te taxa de ingênuo.
Eu poderia fazer ponto cruz sem que me chamassem de velha - sim, eu sei fazer ponto cruz *-* -, e não precisaria estudar algo que não suporto só pra ganhar montantes imensuráveis de dinheiro, com o fim de comprar coisas de que não preciso.
Hoje, minhas vontades de apreciar o silêncio e paisagens de vasto 'mato' e mais 'mato' são chamadas de pieguice, mas, na verdade. Não me importo..
Já que não posso voltar no tempo e nascer de novo lá, então faço o melhor que puder nessa época aqui. Por mais estranho que pareça aos olhos de todos..
Ai ai..